segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sobre a cultura rio-grandense em semana farroupilha ou "nenhum gaúcho existe"

Li intressante artigo sobre o tema e, mesmo sendo o autor um ilustre [xará] desconhecido para mim, publico suas letras, como forma de reflexão sobre a identidade cultural na atualidade, aqui no sul longínquo:
Nenhum gaúcho existe, por Marcelo Rocha *


Se Carlos Drummond de Andrade, em seu poema Hino Nacional, já questionava a existência do Brasil e dos brasileiros, talvez não fosse tão absurdo que nós, gaúchos, às vésperas de mais uma Semana Farroupilha, refletíssemos a respeito da construção simbólica de nossa identidade. A figura do gaúcho, metonímia do Rio Grande do Sul, é fixada pela literatura romântica regionalista no século 19 e passa, desde então, a subsumir as demais histórias de formação do Estado, em função do sonho, às vezes obsessivo, por uma mítica República Rio-Grandense. A narração constrói um tipo humano em seu meio ideal e o gaúcho de origem errante, contrabandista de gado e sem território transforma-se em herói coletivo sempre disposto a empunhar a bandeira da liberdade em conflitos para preservação da autonomia territorial.A despeito dessa bandeira, é justamente na época da ditadura militar que a Semana Farroupilha adquiriu um caráter oficial. Em lei de dezembro de 1964, determinou-se que esse festejo fosse organizado a partir da articulação entre instituições públicas e civis. Dez anos depois, ainda na época do regime militar, foi criado o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), reforçando os laços entre o poder oficial e a simbologia regional. Assim e durante algumas décadas ainda, as forças da repressão e os ícones da representação dividiram, solidariamente, o mesmo mate amargo.Com efeito, toda construção tem suas sobras. Assim, o projeto de definição do gaúcho vem acompanhado mais de exclusões do que inclusões. Dessa forma, se não somos brasileiros – como o discurso mais fundamentalista salienta – nem platinos, como muitos gostariam, habitamos um entrelugar ou um espaço em que nossas raízes viraram rotas, repetindo o jogo de palavras de Stuart Hall. Habitamos, por fim, um lugar que não existe.A parte disso, não podemos esquecer de que o pala do gaúcho também é tecido por diversos retalhos. Nossos primeiros habitantes foram os indígenas cuja história mostra as representações das Missões Jesuíticas e as lutas dos guaranis pela manutenção do território. Além deles, os negros foram fundamentais para a nossa cultura e economia, seja na presença das religiões afro-brasileiras ou de narrativas ficcionais, incorporadas ao nosso folclore, seja no trabalho com o gado nas charqueadas, na época da escravidão. De igual modo, as colonizações alemã e italiana foram sobejamente importantes na formação de nosso Estado, sobretudo no desenvolvimento da agricultura, com a diversidade produtiva e no trabalho com o couro. Isso sem falar em projetos individuais ou coletivos de colonização com espanhóis, russos, poloneses, entre outros, que ajudaram a compor esse mosaico multiétnico do qual fazemos parte.Portanto, em função dessa multiplicidade de rostos e definições torna-se impossível estabelecer de maneira absoluta o que seja o Rio Grande do Sul ou os gaúchos. O resultado será sempre parcial, ideológico e lacunar. Por outro lado, o reconhecimento dessa pluralidade étnica e cultural que nos compõe talvez seja o caminho mais justo para escolhermos uma imagem menos autoritária e ortodoxa que nos represente.
* Professor da Unipampa de São Borja

terça-feira, 2 de setembro de 2008

a zona sul do estado e a não pós-modernidade

em primeiro lugar cumpre definir que entendo a zona sul do estado do rio grande do sul como toda área com geografia pampeana, que tenha tido no século 18, 19, principalmente e 20 sua economia baseada na produção agrícola ou pecuária, com grandes extensões de terra de poucos donos, os latifúndios.
pois estando eu há 24h por paragens como a citada, consegui fazer uma rápida leitura. não há traços de pós-modernidade. ou modernidade reflexiva. ou como queira, escolha seu autor ou crie sua alcunha.
um, apenas, inegável, importante, mas mesmo assim, dentro de sua singularidade.
a internet. em wi-fi, no hotel; em lan-houses; à cabo, mas irrestrita e rápida na sede da oab.
Só.
Nada mais vejo, de tudo q se lê e se ouve sobre a contemporaneidade.
O trânsito é pouco e sem regras. muito diferente das imagens de metrópoles ou megalópoles multi cortada [ou mutilada?] por vias de diferentes naturezas - ruas, avenidas, perimetriais ou highways, com muitas sinaleiras, sinalizações, caminhões, ônibus, e análogos - contâiners móveis que entopem nossas ruas - o transporte público é necessário, bem sei e muito utilizei, mas se fosse por baixo da terra seria infinatamente melhor - sem questões simbólicas de esconderijo. Culpa do excesso de carros, tb. com certeza, mas aí a discussão aponta pra fatores econômicos de alta nas linhas e crédito e culturais do sonho do carro próprio [e cada vez maior e mais potente e mais aflito por gasolina]. não é a idéia.
convivem aqui, com carros, motos e alguns ônibus, carros de boi, cavalos e cavalarianos e carroças [tudo bem, porto alegre tb tem, mas em proporção, bem menor].
pessoas tomam mate. muto. e o fazem nas varandas de suas casas. de madeira ou de alvenaria, em ruas de chão ou paralelepípedo. maioria de portas [de grades ou telas] abertas. carros são abandonados por alguns minutos, nalgum lugar, ligados e abertos. os donos dos comércios [setor que mais aparece, numa vista rápida como a que pude ter] raramente estão atras do balcão. estão ao redor do estabelecimento, conversando com fregueses.
muitos jovens, que tem tempo para tudo. muitos idosos, que tem muito tempo para pouca [ou alguma] coisa e pouco tempo para olhares outros. enfim, o tempo, tão discutido, o qual temos, no singelo limite da linguagem, a forma para nos referirmos a ele, é diferente aqui. como dali, ou de acolá. mas imagino ser um tempo análogo, em comunidades como esta, desse recanto do mapa, desse sul desse estado.
onde cinemas eu não avistei. onde bibliotecas eu não localizei, menos que isso, pois mais que o jornal, eu não vi na mão de nenhum habitante. antes o crochê. e/ou o mate. onde a música é única, a dita "gaudéria", com pequenas variações. nem o celular está tão presente.
enfim, a crise que afetou o setor agrícola/pecuário, no séc 19, a grande concentração de terras em poucas mãos, a não-modernização dos meios de pecuária, a dificuldade de se alterar a cultura da terra e passar a plantar [desconheço as questões de eng. agrônoma na região] são fatores que levaram a fuga dos jovens para locais com ensino superior e a completa estagnação econômica-social e cultural dessa região, que chamamos de pampa e do qual tanto nos orgulhamos.

e o crime ? compensa ? ou como diria edy rock: grana suja, como vem, vai
















o movimento brasil contra a violência e a entusiástica participação da oab

a ordem dos advogados do brasil, através de seus meios de comunicação [o e-mail diário é bom, ressalto] vem demonstrando grande entusiasmo político com as questões desse novo movimento contra a violência, ao qual vem encabeçando, junto com a conf. nacional dos bispos, ass. juízes federais e ministério da justiça.
a um, que não está causando efeito nenhum na grande mídia, logo gerando pouca repercussão, não atingindo a maioria da população. sendo um movimento classista, de quantidade de divulgação restrita, que não trouxe no discurso externo nada de concreto, tendo ao que parece uma forma de aliança estreita com uma determinada religião, apesar da aparência de causa social que elevaria à melhor condição geral, sem nenhuma idéia ideológica no entre-posto, não acho bom. e, no meu entender, é mais um fadado ao insucesso.
e dois que prefiro ver a oab focando forças na defesa de seus membros, brigando pelo acesso aos inquéritos, buscando contribuir na criação legislativa - que em muito pouco auxilia a prática profissional e seguir na efetivação do quinto constitucional

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Em nome de Quem ?

Estranho. Estranho, mesmo.
Estava eu num casamento - festa; sem igreja ou qualquer vínculo religioso.
Não conhecia ninguém, afora minha namorada [amiga da noiva]; uma amiga minha de PUC, madrinha do casório; e, de vista, mais duas ou três amigas da minha namorada, com as quais não possuo um pingo de intimidade. Quando muito sei o nome.
Bom. A questão é que, no decorrer da celebração - sim, houve uma celebração, apesar de não religiosa: consistia num cidadão de microfone em punho, olhando para a noiva, falando obviedades piegas; que ensaiou uma ritualística simbólica entre os quatro elementos da natureza fazendo com que os noivos plantassem árvore et coetera. Uma chatice.
Como eu disse, não conhecia ninguém, logo a emoção que, por ventura, viesse a tomar conta do lugar não me atingiria, pois não vivi nenhum dia sequer dos 11 [onze !] anos de união daquele casal. Casando justamente no dia que completavam o comemorar dessa data.
Então, qualquer coisa me distraía naquela longa meia hora - inclusive, para minha desagradável surpresa, percebi que não haviam garçons circulando. Todas as pessoas da festa estavam sem beber nada desde o início da coisa, que estendia-se, àquela hora, há mais de hora. Logo eu, um convidado [não, eu não estava "furando" a festa] totalmente alheio ao desenrolar daquela cena estava de copo vazio. E ávido por um copo de cerveja. Nem a bebida podia me alentar, por simplesmente inexistir naquele ambiente.
Voltando às distrações, afora ligeiros comentários com a Ana Luísa, o vaso de flores dos enfeites - onde as flores não tinham caule mas o vasos tinham água [seriam flores de plástico, aquelas que não morrem?]; a quantidade proliferada de padrinhos e os vestimentos dos convivas eram maneiras de desfocar minha atenção.
Foi quando o cerimonialista deu por encerrada sua parte - que, tenho certeza, foi mais enrolada que o devido, talvez buscando justificar seus honorários, mas entediando parte da audiência, que já sentara e murmurava -, que veio o fato que chamou-me atenção.
Não era a conversa, iniciando-se de fato; nem a fileira de garçons portando garrafas gélidas de Polar e gigantescas pet de refrigerente apontando da saída da copa; mas sim duas figuras discretas, porém relevantes.
Um homem e uma mulher, em pleno sábado à noite, em total atividade laboral. Eram funcionários de um registro civil oficializando a união.
Vi que a poucos interessava esse movimento legalista dentro de uma festa - ainda bem que àquela momento, o som do créu ainda não ecoava das caixas de som - mas a mim, interessou.
Principalmente quando o registrador [juiz de paz ?] citou o artigo mil e alguma coisa do código civil, e disse:
"[...] em nome da lei, eu vos declaro marido e mulher."

Pus-me a pensar: em nome da lei... em nome da lei...

Como alguém [ser vivo, humano] pode falar em nome da lei. Se fosse de acordo com a lei. Como determinado em lei. Mas falar "em nome da", é uma coisa que me gerou intriga.
Fui conferir na citada lei, o código civil e lá está textualmente escrito. Logo, para cumprir seu papel o homem do cartório deveria citar daquele modo...

Quem sou eu para discutir com os civilistas...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

e o Brasil nas Olimpíadas, heim

Só para constar a participação tupiniquim nos jogos olímpicos de 2008.

Vou primeiro parabenizar: Maurren Maggi - consegui ver na tv ao vivo e fiquei impressionado. Ela voa.; a mulherada do vôlei - batalhou, não amarelou e mereceu; e o nadador Cielo - destacou-se no esporte onde emergiu o maior atleta olímpico [considerado] da história.

Aplausos também para a turma do quimono - o judô do Brasil é muito forte; devem ser valorizadas as medalhas e colocações conquistadas - ademais, do judô veio a imagem do verdadeiro brasil. O atleta negro, pobre, que tirou um honroso 4º lugar sem patrocínio, sem dinheiro, que teve que fazer empréstimos para chegar até a China. Onde está a fortuna do Comitê Olímpico Brasileiro ?

volêi de praia, vela e futebol feminino também merecem nota pelas segundas colocações.

Mas vamos combinar: o futebolzinho da seleção brasileira foi ridículo. Remeto você que está lendo a um post um pouco anterior a esse e faça uma reflexão sobre Ronaldinho Gaúcho...

Agora tenho que concordar com o escritor que se intitula "Macaco Simão": o Brasil é sim o país da piada pronta.

O sumiço da vara [apetrecho da atleta do salto com vara] Fabiana Murer e a queda sentado do ginasta Diego Hipólito falam por si só. Pra que se arriar? pra que criar piada ? no Brasil ela surge. Infelizmente não é só no esporte.

espírito olímpico ?






Finda a tão falada olimpíada de Pequim, entendo que merecem ser feitas algumas considerações.


Como diriam alguns amigos "só se fala de outro assunto". A China dominou por completo, dos óbvios cadernos esportivos até os programas do discovery channel, toda a mídia [pelo menos a que tenho acesso].


Esportivamente, cabe ressaltar a interessante constatação de que a China domina a cena esportiva contando apenas com chineses natos, ao contrário de outras nações do mundo que nacionalizam atletas ou sofrem com um constante processo de miscigenação de diferentes etnias, como os EEUU [que aliás, não fosse o aquaman Phelps teria feito fiasco maior];


Tudo, no nosso decadente ocidente, foi orientalizado por um oriente cada vez mais ocidentalizado. Onde o McDonalds foi o restaurante oficial da olimpíada e a nike e a adidas [que sempre gostou de um comunismo...vide Cuba] brigavam ferrenhamente nos adornos das vestimentas.


O fato de a China tornar-se em 15 anos a maior potência econômica do globo - eu acho que atinge tal patamar em menos tempo - atiçava redações de outros setores jornalísticos.


Note-se que o estado [deveria escrever ESTADO] chinês quando quer desapropriar uma área, rural p. ex., determina o preço que a terra vale, transforma os ex-agricultores em funcionários públicos e faz com a área o que bem entender - transforma em centro urbano para milhões de pessoas e enriquece o partido comunista.


e o direito [?] penal. A tira alhures retrata um pouco, com humor vermelho [se é que percebe-se o trocadilho] o que aquele mesmo estado faz com seus cidadãos ao raiar do século xxi.


Tenho minhas restrições ao Brasil, mas prefiro os comandos vermelhos, as milícias e o Supremo Tribunal Federal do que uma pseudo-segurança pública, uma ordem bovina nas ruas e o Supremo Partido Comunista, com o símbolo maoísta, no poder.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Grêmio e as reflexões sobre a contemporaneidade

Em tempos de crises, insegurança, maxi-penalização e tolerâncias-zero vale a boa reflexão do colega e amigo Nicola Centeno sobre o que nos resta - e, por sorte, não é pouco. Apesar das limitações arbitrárias, orgânicas ou morais, ter o Grêmio como via de escape é um alento. Salve

"Não mais se pode transar sem camisinha. Dá AIDS!
Não mais se pode comer a gordurinha da picanha. Dá infarto!
Não mais se pode ir de carro fazer um happy hour com os amigos depois do trabalho. Dá cana!
Não mais se pode fumar um cigarrinho inocente e charmoso. Dá câncer!
Não mais se pode cantar a secretária boazuda. Dá assédio!
Não mais se pode criar uns bichinhos em casa ou caçar uns pardais com "bodoque". Dá Ibama!
Não mais se pode chamar um camarada de negão. Dá racismo!
Não mais se pode chegar de carro na frente da casa de um amigo. Dá roubo!
Não mais se pode passear sem camisa sob o sol. Não tem camada de ozônio!
Não mais se pode tomar umas geladas no Olímpico. Dá multa!
Não mais se pode fazer um rolinho por telefone. Dá grampo!
Não mais se pode dar uns tapinhas na sua própria mulher. Dá Lei Maria da Penha!
O que pode é passer de mãozinha, homem com homem, mulher com mulher (o Tim Maia deve estar se revirando no túmulo!).
Isso eles acham bacana. Isso eles acham legal. Isso pode. Mas eu também tô cagando e andando pra isso.
O importante é o seguinte: amanhã, sábado, o lance é fazer um churras, beber umas brahma e ir pro Olímpico, pois está aberta a temporada de caça à Raposa!!!
E foda-se a AIDS, pois a gente come o Saci mesmo (usando a toca dele como camisinha).
Foda-se a gordurinha da picanha e o câncer de pulmão, pois a pernada até o Olímpico queima as calorias e limpa os purmão.
Foda-se a Brigada, pois beber a pé ainda pode.
Foda-se a secretária boazuda, pois sábado ela tá de folga mesmo.
Foda-se o IBAMA, pois a Raposa tem mais é que se foder.
Foda-se o racismo, pois xingar a macacada pode.
Foda-se o o buraco da camada de ozônio, pois o manto tricolor segura a onda solar.
Foda-se o roubo de carros, pois até a pé nós iremos.
Foda-se a lei seca no Olímpico, pois lá chegaremos bêbados mesmo!
E foda-se o grampo e a Lei Maria da Penha, pois eu não faço rolo por telefone e não tenho mina prá dar porrada mesmo!!!
Dá-lhe TRICOLOR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ronaldinho Gaúcho - futuro no futebol ?



Terminou ontem, 15 de julho de 2008, uma das mais arrastadas "novelas" do futebol internacional.

A venda de Ronaldinho Gaúcho, que sai do Barcelona [Catalunya] para o Milan [Italia].

A negociação envolve númeos astronômicos [porém, não os maiores que já circularam o mundo da bola]. A compra dos direitos do jogador por 21 milhões de Euros, que assina contrato até 2011, com possibilidade de acréscimo de 5 milhões por uma classificação à Champions League; um salário anual que, na Espanha alcançou 7 milhões de Euros por temporada e no Milan fica "apenas" em 3,5.

Surge a questão: quem fez o bom negócio ?

O Milan? que recebe um Ronaldinho renovado [aparentemente] na sua vontade de jogar futebol num novo ambiente.

Ronaldinho ? Que vai a um time de maior calibre que o Barcelona [em nível de títulos: o Milan é tetra campeão mundial de clubes; nove x campeão da Champions; o Barcelona é bi da Europa mas nunca ganhou o Mundial - uma derrota com esse cidadão objeto do post. Em grife os clubes se assemelham]; que jogará ao lado de Pato e Kaká, dois excelentes jogadores; onde lhe oferecem a possibilidade de jogar a Olímpíada pela Seleção Brasileira, fator determinante na negociação - tendo em vista a concessão por parte do [ex?]atleta e seu irmão/procurador Assis sobre os 15% do percentual de venda - algo em torno de 4 milhões de Euros.

Ou o Barcelona ? Que coloca no bolso limpos toda aquela quantia citada, alivia um salário nababesco de sua conta; extirpa do vestiário um atleta pouco afeito aos treinos, que desde a metade de 2006 [pós conquista da Champions League] não tem uma regularidade de boas [ou ótimas, como os fãs esperam] atuações; baladeiro de carteirinha e, o pior de tudo, considerado amarelão/pipoqueiro?
A julgar pela foto acima tenho minhas dúvidas da excelência da negociação para o time Milanês. Joan Laporta [de gravata] parece mais confiante, feliz e sabedor do passo que está dando ao negociar, nestes termos, o jogador com o Milan - representado por Galliani. O atleta tem aquela cara ali, que nós conhecemos - até deve estar feliz em não brigar para jogar a Olimpíada e continuar em times de primeira linha [ao contrário do que aconteceria se fosse ao Manchester City, da Inglaterra].
Só o tempo e as demonstrações dentro das quatro linhas irão mostrar quem tem razão.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

polícia - para quem precisa ?


Rio de Janeiro, domingo, 6 de julho.


Policiais, em uma viatura, supostamente perseguindo um automóvel com sujeitos que haviam praticado roubos, têm sua passagem na via liberada por um terceiro veículo, que, ao que parece ajuda a força pública na perseguição.

Note-se: a polícia persegue um carro escuro - FIAT Stilo conforme está se apurando.

O carro que dá pasagem é um FIAT Palio Weekend. Bastante diverso. De qualquer ponto de vista. Afora a cor - mas nem nisso são equivalentes.


Não obstante, policiais descem e abrem fogo contra o veículo que acabara de lhes dar passagem na via pública.

O carro não é tripulado por supostos delinquentes. Não há troca de tiros. Nem suposta [putativa] ameaça à integridade dos agentes policiais.

E, sim, por uma mãe com duas crianças, ambas no banco traseiro.

Ao ter o carro alvejado, em desespero pela vida sua e dos seus, a mãe joga uma bolsa característica de carregar materiais de nenê porta afora.


Seguem os disparos. Dezesseis no total.


Uma criança de 4 anos é acertada duas vezes. Morre.


Afora o choque - ainda me choco com algumas coisas, resta a pergunta, imortalizada pelo rock-denúncia dos Titãs:


"polícia - para quem precisa?

polícia - para quem precisa de poíicia?"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

o resgate de Ingrid Betancourt - derrota das FARC


A data de ontem ficará marcada na história [colombiana, principalmente] pelo resgate de 15 prisioneiros que estavam sob cárcere estabelecido pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC.


O grupo rebelde, que luta há mais de 40 anos contra os governos postos [autoritária ou democraticamente] buscando, ideologicamente, impor um regime comunista naquele país, através da guerrilha, teve ontem uma perda significativa.


Não foi o fato numérico, de 15 prisioneiros seus terem voltado ao status de liberdade que simboliza a derrota. Mas sim, de que uma das libertadas, Ingrid Betancourt era, ao tempo de seu sequestro, candidata a presidência colombiana. Além do que, a referida ex-prisioneira possui nacionalidade francesa, o que traz uma amplitude diplomática ao caso, fazendo com que Nicolas Sarkozy pronuncie-se oficialmente sobre o caso.


Os prisioneiros são moeda de troca humana, pelos princípios das FARC, que buscam a liberdade de companheiros presos pelo governo "oficial". Após baixas em combate e por problemas de saúde em suas fileiras mais altas, o grupo rebelde perde a principal peça em seu jogo político. É, como disse um jornalista, um Annus Horribilis para as FARC, citando Elisabeth II, ao falar de 1992.

Há poucos anos, as FARC ocupavam significativo espaço territorial na Colômbia. Hoje reduzida a regiões de mata e pequenos povoados, o grupo não tem mais a mesma força.


Aplaudo a libertação dos reféns, enquanto seres humanos, usados como mercadoria política numa guerra civil que divide a Colômbia. Por simplesmente merecerem a liberdade.


A estratégia militar merece comentário: usando técnica de infiltração de pessoal no seio da organização, inteligência e informações obtidas com ex-prisioneiros ou desertores, o exército colombiano resgatou os reféns sem disparar um tiro sequer.


O que me preocupa é que uma ação dessa natureza legitima o governo policialesco de Álvaro Uribe, financiado pelos EEUU, numa tão aclamada guerra às Drogas. Autorizando intervenções militares e disputas que causam instabilidade ao Norte do Brasil, onde país coligados geograficamente governam com interesses diametralmente opostos, ao menos na teoria. Espero que retaliações não venham a acontecer.


É uma derrota de foma geral dos grupos "esquerdistas", rebeldes, armados.


É uma vitória pessoal para cada um dos libertados.


Mas o quão boa, para o mundo, é a conquista de Álvaro Uribe e, por consequência, dos Estados Unidos ?

presídios e emergência

notícia de hoje no jormal "mais importante e conceituado" do rio grande do sul, informa que os presídios gaúchos podem entrar em estado de emergência.
Alavancados por duas questões bem pontuais: o relatório da cpi do sistema carcerário, onde afirmam os parlamentares que o presídio central seria apior instituição carcerária do Brasil - note-se há 1.500 vagas, transitam nesse inferono, hoje, aproximadamente 4.500 homens, entre presos condenados e provisórios, vivendo sob regime de ordem próprios, alheio à toda e qualquer civilidade ou regra [im]posta pelo Estado; outro motivo seria uma ação civil do ministério público gaúcho que requer, através do judiciário, que o governo do RS crie 10 mil vagas no sistema carcerário.
Somo a isso o fato da uma Magistrada de Taquara [RS], jurisdicionando na Vara de Execuções Criminais - VEC, interditou um presídio estadual, usando atribuições dispostas na Lei de Execução Penal -LEP. Para combater a decisão a Procuradori Geral do Estado PGE ingressou com mandado de segurança. Distribuído à 5ª Câmara Criminal, teve sua segurança denegada, garantindo a interdição do estabelecimento prisional, com voto de relatoria da desembargadora Genacéia Alberton. Com o qual concordo na íntegra, ressaltando a brilhante passagem transcrita de ium parecer do Procurador de Justiça Luiz Carlos Ziomkowski, o qual ponho o link para acesso:
Voltando ao estado de emergência, que é público, mas não é notório, pois a classe média não olha "para lá", a decretação oficial desse estado de emergência fará com que recursos de programas federais aportem no estado para a construção de mais presidios. Sem licitação. Seria mais prudente fazer uma força tarefa com OAB, defensoria pública, MP e judiciário para agilizar os processos nas VECs do estado, liberando reclusos que já cumpriram pena; progredindo de regime os que tem esse direito. Porém, são louváveis tentativas de humanização da vida no cárcere, as quais apoio. Não deixando de entendê-las como insuficientes. E não concordando com a maxipenalização instaurada, frisando sempre que a colocação e um cidadão no cárcere deve ser medida última a ser tomada pelo estado, dada a barbárie que é o sistema.

Fluminense e a derrota




Sei, como torcedor, a tristeza que é perder uma final de campeonato. Da magnitude da Libertadores da América, inclusive. Até mais que isso. Nos pênaltis, então, é muito doloroso. Mas, ao contrário dos tricolores cariocas, eu e a imensa massa gremista conhecemos a glória das conquistas - da Libertadores, claro. E do Mundial.




Torci para o Fluminense. Renato Portaluppi é o maior ídolo da torcida gremista e hoje comanda o tricolor carioca do banco de reservas. Roger, lateral/zagueiro também é grande jogador, participante ativo de importantes conquistas com a camisa do tricolor dos pampas. Sempre, pois, com lugar cativo na admiração dos fãs.




Ademais, o Fluminense é um clube simpático. Tricolor como Grêmio, não divide as falcatruas políticas do Vasssssscão [como os cariocas dizem] dos últimos dez anos - meus mais ativos futebolística e clubísticamente falando. Tampouco ao "amor" e simpatia que populações do nordeste, do centro-oeste e inclusive de santa catarina, além dos cariocas, claro, nutrem pelo [Fla]Mengo. O Fluminense é um clube mais aristocrático, menos popular [por mais preconceituoso que isso soe] mas nem por isso pequeno. Lá passou um dos melhores jogadores do mundo, que infelizmente eu pouco vi jogar. Roberto Rivellino. Time de intelectuais e artistas - Chico Buarque e Jô Soares são seus aficcionados, tem também, para mim, uma carga "genética". Meu avô, Wolmar Motta, por menos ligações históricas que tenha, é torcedor [em segundo plano] do Flu. Tem também a questão comparativa, não chegando, o clube carioca, ao patamar do Grêmio, ficando em nível inferior na escala global do futebol.




Por tudo isso, admito que torci pelo Flu, nutrindo esperanças de ver o clube campeão da América.




Porém, algo falou mais alto. A incompetência nas cobranças de pênalti, por parte dos jogadores cariocas, foi alarmante. Conca, excelente meia argentino, Thiago Neves, o destaque, até ali, do jogo, com 3 gols e o avante Washington foram medíocres, nervosos e carimbadores em suas cobranças, acabando por premiar um goleiro, Cevallos, que, na reta final de sua carreira, aos 38 anos, alcança o topo do futebol sul-americano. Posto que quase alcançou em 1998 ao ver seu time na época o Barcelona Sporting Club, de Guayaquil [correção do atento Bruno Muñoz], derrotado pelo também carioca Vasco da Gama, com seu famoso ataque Luizão e Donizete "Pantera", auxiliados pelo talentoso Juninho Pernambucano.




Ficam os parabéns aos equatorianos, que através da Liga Deportiva Universitária - LDU conquistam seu primeiro título de Libertadores da América.

Exército no Morro = mortes


Absurdo.

É a classificação que posso dar ao caso que sucedeu no meio de junho.

Em meio à obras de reforma no Morro da Providência [Rio de Janeiro], levadas à efeito por projeto de lei do senador Marcello Crivella [pré-candidato ao posto de prefeito do Rio] que, em seu texto já dizia acerca do uso do exército brasileiro para fazer "segurança" um fato estarrecedor ocorreu. Muitos ocorrem, mas poucos chegam à mídia.


Soldados e Tenentes do exército, sentindo-se ofendidos e desacatados, sequestraram três jovens daquela comunidade e os negociaram [ou entregaram, apenas] à um comando paraestatal que domina outra comunidade - situada no morro da Mineira, também na capital fluminense.

Lá, por serem de outro lugar [ou de lugar nenhum] foram torturados e mortos.


A questão da tortura e da morte não é o que mais choca. A qustão de julgamentos sumários e mortes violentas é lugar comum nesses [cada vez mais comuns] locais - comunidades marginais, situados em todos os centros urbanos, onde o Estado apresenta-se apenas com a força, para exercer o controle social, frisando apenas o controle, nunca o social.

Note-se que, mesmo quando o Estado vai atuar no social, reformando casas e infra-estrutura da favela, leva consigo seu aparato bélico mais morítifero e despreparado para lidar com a população - o exército. Seja exercido por Comandos [coloridos, numéricos] ou outros como as milícias.


Mas o problema está no fato do despreparo e mau uso do contingente militar, que está servindo de polícia, usurpando funções, abusando de uma autoridade que não possuem, impondo um novo tipo de terror em comunidades que os desconhem.


E, quando um novo Ministro do Meio Ambiente assume - Carlos Minc, sugerindo que usem forças militares no combate à devastação amazônica e preservação de fronteiras e patrimônios públicos naturais, há uma revolta do alto comando do exército, dizendo que o mesmo não se prestaria à tal diligência?


Então. Para que servem as forças armadas?


com certeza não deve ser para julgar atos que seus próprios membros cometem, como está ocorrendo nesse processo que tramita no local acima fotografado.

do retorno - e da sequência trágica do cotidiano

Passados aproximadamente dois meses e meio - da metade de abril, onde postei um pequeno trecho sobre o caso de maior comoção nacional [não por acaso o de maior cobertura midiática] dos últimos tempo - até esse início de julho e do segundo semestre do ano de 2008, volto a "me comunicar comigo mesmo" através dessa janela mágica virtual.
Interessante que, justo nessa volta, quando ouso a me manifestar acerca dos assuntos mundanos, um caso chama [pouca] atenção: o da mãe que jogou uma filha pela janela. Parece estranho, mas algo não despertou a atenção do público e da imprensa - um centésimo de foco foi destinado ao caso presente em relação ao da menina Isabella.
O que será que leva a tal fenômeno. Busco explicações [precárias e parciais] apenas no fato de que, no caso presente a mãe - em suposto surto psicótico [ou alguma forma clínica análoga. Vou ter de perguntar à minha namorada...] simplesmente arremessou a criança. Mas entregou-se à polícia e sem alarde confessou o ato.
Agora me pergunto: será que a falta de uma confissão pública por parte da[s] pessoa[s] que jogou[aram] Isabella era a mola propulsora de todo o desenrolar dramático. A ânsia vingativa popular aliada à enorme contribuição televisiva [de rádio e internet] exigindo uma prova verbal do[s] autor[es] do fato era o que alimentava tudo aquilo?
fica a indagação.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

caso Isabella

Após ser bombardeado pela imprensa [a sensacionalista e a dita séria], por todos os meio possíveis - tv, rádio e internet, resolvo publicar um post sobre o caso que domina a cena - o da criança Isabella.
Todo mundo sabe tudo - da Luciana Gimenez ao Lasier Martins; passando pelo delegado e peritos [me expliquem: pra que 7 perícias ?] até chegar ao meu avô e ao bigududo da mesa do lado.
Todos sabem o caso de cor. Acesso a inquéritos, fotos, imagens, depoimentos de testemunhas, tudo está exposto. Nada mais [exposto] do que a vida dos envolvidos, que se vêem as voltas com uma verdadeira devassa em sua privacidade e honra. Sejam ou não culpados, já estão cumprindo pena, disso eu tenho a certeza.
A pergunta que sempre aflora, a qual sempre evito a resposta: quem tu achas que matou a menina ?
Nessa hora, saio para o lado técnico e respondo.
Não sei. Só sei que uma prisão cautelar, neste momento não se sustenta. Não há fundamento que, por ora, segregue qualquer pessoa envolvida no caso.
Só posso parabenizar o Desembargador que soltou os cidadãos suspeitos, pois fez cumprir a CR e o CPP.
Tenho a certeza que o direito penal vai cumprir o aspecto retributivo que muitos desejam. Mas sei também que o "direito social" já está punindo algumas pessoas, muito antes do processo, sequer, começar.
Quanto ao mais, vejo uma atitude demasiado humana. Porém, pelo lado selvagem. Como diria Francesco Carnelutti:
"este ser médio angel e médio bestia que és el hombre"

Romário


Pendura as chuteiras um dos três melhores atacantes que vi jogar futebol.


Centroavante nato, Romário foi o maior protagonista da única conquista futebolística que me encheu de alegria - afora, logicamente, as inúmeras do Grêmio.


Foi o principal jogador da Seleção Brasileira que ganhou o Tetra Campeonato nos EEUU.


Frases polêmicas ["papai do céu olhou pra mim, apontou o dedo e disse: esse é o cara" "no Rio, rei tem vários, mas deus, só tem um"]; belas mulheres; ilusória contagem de gols; dez times - incluindo os três grandes do rio de janeiro - porque Botafogo já foi time grande, não é mais. Tudo isso foi o contexto de um extraordinário jogador de bola. O melhor dentro de uma grande área.


Fica aqui o registro. Minha reverência a esta sumidade da bola. Merecida [e talvez um pouco tardia] aposentadoria.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bebida nos Estádios

Escrevo desde a perspectiva de advogado interessado na causa criminológica e na de torcedor assíduo e, por vezes consumidor de cerveja, em estádio de futebol [olímpico monumental].
Não concordo com a proibição que estabelecer-se-á a partir de um ano após a possível aprovação pela governadora Yeda Crusius, criado pelo projeto de lei 107/2007, na Assembléia Legislativa do RS.
O mais triste é ver que os parlamentares gaúchos, em sua maioria, tratam o tema a partir do dois pontos: os que votaram favoravelmente entendem a bebida alcóolica como principal fomento da violência; os que votaram contra, usam o argumento financeiro, dizendo que muitos clubes dependem da renda da copa.
São dois discursos falaciosos. Os primeiros tentam resolver um problema complexo, um fato social relevante e sempre existente em qualquer agrupamento de pessoas mais ou menos organizadas. A violência. Este fenômeno não pode nem deve ser explicado a partir do consumo ou não de determinada droga. Tampouco buscar-se uma solução [?] para ele mediante artifício legal proibitivo.
Os segundos, apesar de eu concordar com o voto em si [negando a probição], o meio usado pelos deputados para explicar sua posição é errôneo. A questão financeira é absolutamente secundária.
Estamos tratando de direito/liberdade individual. O querer usufruir do alcóol é direito de todos. Não pode ser proibido, prejudicando a todos em troca de uma pretensa defesa social [que retsa inócua].
O ponto liberdade, chave para a proibição ou não de qualquer atividade, está sendo pouco comentado. À luz de uma Constituição Democrática não se pode proibir tal ato, sob argumento tão simples.
Prevalece, vez mais, a máxima: soluções simples para problemas complexos.
E quanto à soluções, longe de querer apresentá-las, pois jurídica e sociologicamente inviável, trago a frase de um deputado que destoou dos demais na tribuna:
Fransisco Appio disse "é preciso mais educação do que lei a criar".

dose de cultura


Navega-se nestes mares virtuais e muitas informações rasas e pouco interessantes dominam a cena.


Vale a postagem pelo link desse site extraordinário. Uma dose de cultura não faz mal...

PS: dica do Igor Selensky.

Show Paralamas e Titãs

asame
Tive a oportunidade de assistir a memorável show de rock na última sexta-feira.


Tratou-se da reunião entre duas das maiores bandas em atividade no país. Os Paralamas do Sucesso, liderados pelo ativo Herbert Viana, que apesar de paraplégico não largou a guitarra, emendando riffs além de ter sido o principal vocalista da trupe que reuniou mais de uma dezena de músicos.


O show contou com especiais participações: do argentino Fito Paes em energética performance cantando Go Back e a sua Track-track; do ex-titã, Arnaldo Antunes que apesar de um pouco enferrujado para shows dessa linha ainda mantém atitude punk; fechou o ciclo de convidados o Andreas Kisser, da internacional banda Sepultura, com sua pesada guitarra.


Um belo espetáculo reunindo grandes sucessos, bons músicos - a bateria de João Barone é impagável -energia e interação com o público.


O pulso ainda pulsa no rock nacional.

a [des]esperança e a necessidade de mudança

Aflito. É como me senti ao deixar o estádio Olímpico Monumental aos 43 min. da etapa complementar do jogo de ontem entre Grêmio e Juventude.
Uma derrota que gera reflexões: quantos jogadores do atual elenco podem, efetivamente, estar em campo nos confrontos que iniciam em maio, pelo Campeonato Brasileiro ? três ? talvez quatro ? Uma análise de cada atleta, indica uma necessidade de reformulação quase completa no elenco.
Mas a mudança deve começar do topo. Passando pela comissão técnica - principalmente pelo inexpressivo e incompetente Celso Roth até chegar ao presidente Odone.
Paulo Odone deve se desligar imediatamente de funções executivas no Grêmio FBPA. Se for decidido em referendo ou outra forma, que seja designado para atuar junto a Grêmio empreendimentos, que irá [?] erguer a Arena, ok. nota: Um projeto que, em não dando certo, pode fazer ruir o Tricolor como instituição. Porém, como presidente com funções administrativas e de futebol, não há mais a mínima condição. O foco dele é outro.
Seguindo a linha hierárquica, temos o sr. Paulo Pelaipe. Uma pessoa de duvidosa capacidade gerencial - contratou Celso Roth; deixou de trazer o excelente jogador argentino D´Alessandro; descontrolado - vide as inúmeras vezes que esteve no STJD; ignorante no aspecto futebolístico - chamou o multi-campeão Boca Jrs. de "Caxias com grife". Esta pessoa deve impreterivelmente abandonar a gerência/vice presidência/diretoria de futebol e ficar afastado do Grêmio.
Quanto ao treinador da equipe, é imperioso que se diga que este profissional possui mais de quinze anos de carreira e nunca - eu escrevi NUNCA - ganhou um título de projeção nacional. Não obstante ter trabalhado em diversos clubes de ponta. Não há mínima qualificação que o envolva para [re]comandar o nosso time. Ademais, desconhece noções elementares de visão de jogo e grupo, pautando suas escalações em burra teimosia e ignorância técnica e tática. Manter Eduardo Costa na segunda função de meio-campo, enquanto o ineficiente [nem cabe xingar mais] Nunes segue no time. Escalar Maylson e Julio dos Santos lado à lado é burrice pura. Inventar lateral direito na esquerda e abandonar o Perea na frente, nem se fala.
Em síntese, o dinheiro está falando mais alto do que o futebol na Azenha [e no Humaitá] - informações de que o terreno onde será construída a Arena passou de 14 para 50 milhões de Reais só confirmam a tese. Quem dirige o Grêmio relegou o futebol a terceiro plano e só está visando lucros vindouros.
De que adianta um estádio padrão FIFA, com time que acabará em 5º lugar o campeonato regional ?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Páscoa, praia do Rosa e a BR 101

Tive a felicidade de passar o feriado da Páscoa no litoral de Santa Catarina.

Em Garopaba, na praia do Rosa. Lugar magnífico, esculpido pela natureza e hoja alterado - para o bem e para o mal, pela mão do homem.

Eleita uma das mais belas praias do Brasil, que, tendo mais de 8 mil km de litoral, se imagina quantas praias bonitas pode ter.

A lagoa de água doce bem perto da faixa de areia, a mata nativa e os morros delimitadores fazem dela um lugar incrível. Com tempo bom, de sol estável na maior parte do dia - sexta e sábado, contrariando previsões negativas de chuva. Ademais, estava muito bem acompanhado pela minha namorada e por um grupo de 20 amigos. O feriado ficou perfeito.

Mas como nem tudo são flores, o lado negativa também deve ser ressaltado.

A BR 101 está caótica. Na volta do feriado, domingo à tarde-noite, dois momentos foram determinantes para a análise crítica negativa.

Demoramos 2 horas para andarmos 40 [!] quilômetros. Algo imaginado apenas em megalópoles como São Paulo. Mais adiante, na altura de Criciúma [terra do Renato Belolli] a chuva, que aí sim apareceu, veio forte. A ponto do limpador de pára-brisa do carro estar ligado na velocidade máxima. As obras, a parca e mal feita sinalização, o fluxo e o contra-fluxo tornaram a viagem tensa e perigosa por um tanto de tempo.

Reflexo da má condução das licitações públicas, que repassam verbas para empresas que não concluem obras, deixando à mercê a parcela da população que necessita desse serviço. A duplicação está lenta em vários pontos, e do ponto de vista leigo [em engenharia] está no início, pois só areia se vê em vários futuros viadutos/elevadas.

Sem querer ser piegas, mas reforçando o coro da campanha, a duplicação da 101, mesmo que seja com pedágio, é questão de segurança pública.

seguindo na linha Futebol - agora regionalizando o comentário

Para não esticar muito o post anterior, decidi mandá-lo como estava, com o texto falando apenas da Seleção.

Voltando os olhos para a Província de São Pedro [RS] vemos um quadro de quartas de final de campeonato gaúcho. Para tanto, aconteceu na noite de ontem a rodada derradeira, definindo adversários.

Um parêntese sobre o jogo do Grêmio: Apenas com reservas, serviu o jogo para dar auto-estima a alguns atletas que estão ali para compor o grupo. Jonas, com um belo gol de "sem-pulo" e outro bem estranho - deitado, de cabeça, com bastante movimentação, foi um dos destaques. Reinaldo, atacante trazido do Botafogo/RJ fez seu primeiro gol, de pênalti - e muito bem batido. Perfeita cobrança de falta de Anderson Pico, no terceiro gol, lembrando os melhores momentos do lateral Roberto Carlos, hoje na Turquia. Pico deveria ser titular. Um pouco mais de consciência tática - e acho que isto o Roth poderia passar à ele - e a posição de lateral esquerdo é dele.

Mas o Nunes... Bom, já tentei ter paciência com ele. Já busquei ver seus pontos fortes. Mas ele não reúne mínimas condições técnicas de vestir um uniforme de treino sequer com as cores azul preto e branco.

Gostei do Rudnei. Boa movimentação, alguma técnica e objetividade. Serve ao grupo.

Quanto aos confrontos que se avizinham: Grêmio x Juventude - apesar da clássica história de vitórias tricolores, não acho que vais ser fácil. Mas dá Grêmio, sem dúvida. O co-irmão passa da Ulbra. E nos outros confrontos aposto no Caxias [contra o Zequinha de PoA] e no Sapucaiense contra o Interzinho de Santa Maria.

Futebol neste final de mês

O dia de ontem foi bastante futebolístico.

Inicio o comentário pela ordem cronológica e de importância [friso que se trata de importância em sentido lato, para o futebol mundial, não para este blogueiro, que tem no Grêmio de FootBall PortoAlegrense sua maior paixão - não só clubística, como uma das maiores de vida].

A Seleção Brasileira [assim, com maiúsculo, como a trata a imprensa] fez um pífio amistoso contra a seleção sueca, visando comemorar os 50 anos da conquista do primeiro título mundial e arrecadar um milhão de dólares - cota do jogo.

Incompreensões que me assolam: i) como ver [ainda] o Gilberto Silva, o Rycharlison [assim que se escreve ?], Josué e outros jogadores envergando a camisa amarela [azul e dourado, no caso de ontem - muito bonita] é uma incógnita. Tudo bem, todo time precisa de volnates; o Dunga inclusive foi um, mas estes aí... por favor.
ii) outra coisa que foge ao senso deste observador é o caso do meia Diego, hoje no futebol alemão. Trata-se de jogador de excepcional qualidade técnica. Quando no Santos, me chamava mais atenção que o Robinho - estrela hoje consagrada, jogando na primeira linha do futebol mundial; Este rapaz, o Diego, joga um futebol refinado na Alemanha. Dita ritmo de jogo, lança e passa com precisão cirúrgica e faz gols. Mas na Seleção não produz nada. Nada. Difícil de entender... vai ver pesa muito a camisa.

iii) e dois fatos geram sentimentos diversos: ver o garoto Anderson, do alto de sua potencialidade técnica e arrogância, ser convocado e ingressar em campo, sabendo que seu talento está sendo reconhecido no, hoje, principal palco do futebol mundial - e berço - a Inglaterra. É uma alegria como gremista e como apreciador do esporte bretão.

E, cada vez mais me convenço da qualidade técnica de Alexandre Pato. Como gremista demorei a aceitar toda sua potencialidade. Mas é inegável. Trata-se de um craque em formação. Atingirá altos patamares na escala histórica da bola, se os clubes europeus [leia-se Milan, onde ele permanecerá por temporadas] não entopirem suas artérias com esteróides anabolizantes, deixando seu talento fluir. O gol de ontem foi só mais um atestado de sua habilidade.

segunda-feira, 10 de março de 2008

a quase-guerra sul-americana de março de 2008


Vivemos na semana passada [3-7 de março] episódios militares-políticos que poderiam ter ocasionado um conflito armado na região norte da América do Sul.


Conflito que teve início com uma ilegítima invasão de militares colombianos em território equatoriano, visando a captura - no estilo velho oeste norte americano de dead or alive - de guerrilheiros da FARC [forças armadas revolucionárias da Colômbia - facção de guerrilha que detém o domínio de aproximadamente 30% do território colombiano, perfazendo-se no Estado daquelas regiões].


A intenta militar colombiana, nos moldes em que foi planejada, obteva sucesso. Um dos altos guerrilheiros, o número 2, como foi veiculado pela imprensa, foi assassinado pelo exército. Porém, para ter alcançado este feito terrorista, mas do ponto de vista de guerra interna colombiana uma vitória para os que dominam o poder oficial, um ato de crime político foi realizado.


A invasão de território estrangeiro inautorizada, fere a dignidade do país invadido, no caso o Equador. Porém, a questão tomou ares mais dramáticos quando o líder venezuelano Hugo Chávez resolveu intervir no incidente diplomático.


O jogo de interesses envolvendo Venezuela - FARC - Colômbia sobrepujou a atingida soberania equatoriana. Informações [de fonte dúbia] sobre financiamentos venezuelanos à FARC, assim como a marcha de soldados a mando de Chávez à fronteira entre os dois países marcaram os atentados. Acusações de parte a parte entre o tríduo oficial Equador + Venezuela - Colômbia marcaram os fatos políticos no continente.


Para o bem de todos, Chávez não pode estrear seus armamentos adquiridos ao longo de seu mandato - helicópteros, tanques, blindados e fuzis, comprados desde o Brasil e da antiga URSS, assim como a não-intervenção americana [que provavelmente não pode suportar o peso político e econômico de um novo conflito] em prol de seu aliado Álvaro Uribe, assim como a intervenção diplomática e bem feita do Brasil, através de chanceleres e do próprio presidente Lula, levaram ao não-conflito.


Mas, cuidado. Rafael Correa e seu Equador pareceram meras figuras coadjuvantes nesse cenário, que agrega interesses de diversas ordens - militares, políticos e econômicos. Como se sabe, Colômbia e EUA são aliados, tendo o país do norte já investido bilhões numa guerra às drogas e bancando o governo de Uribe; Chávez tem inúmeros campos de petróleo, armas recém adquiridas e uma cultura militar, além de aliados políticos na américa do sul e central.


Um conflito dessas proporções pode arrasar com áreas de muitos países, população [civil, principal atingida em conflitos a partir dos anos de 1990], assim como um possível bloco forte política e economicamente, o que enfraqueceria a região e aumentaria as linhas de dependência externa, tão enraizadas.


Menos mal que a atual semana começa com renovações de relações diplomáticas - reestabelecimento dos diplomatas nos países opostos - entre os principais envolvidos - Colômbia e Venezuela. Na foto acima, a diplomacia e a hipocrisia em cena. O aperto de mãos e o 'tapa nas costas', simbolizando o fim parcial do conflito, após graves acusações de crimes e terrorismo.

quinta-feira, 6 de março de 2008

O Front

O front, trata-se logicamente da imagem principal deste blog.

Não da guerra [que se anuncia na América do Sul, que comentarei em breve] e sim da linha de frente deste espaço virtual.

Como se nota, à direita da página está a inigualável e indefectível figura do Pensador, do escultor francês Auguste Rodin.

Definida pelo Wikipédia como uma figura que "Retrata um homem em meditação soberba, lutando com uma poderosa força interna".

Boa frase, de um espaço interessante da rede. Wikipédia. E confiável, até. A revista SuperInteressante publicou uma reportagem sobre esta enciclopédia do século 21, analisando como são postados e editados os textos ali expostos. Eu, como advogado, inclçusive já usei dali informações que foram ao Judiciário através de petição. Claro, nada que necessitasse de técnica jurídica, mas de conceitos físico-geográficos.

Enfim.
Vai a imagem de bronze eternizada por Rodin, que conta com inúmeras réplicas pelo mundo. A da foto, por exemplo, está na Bélgica e foi feita pelo escultor Alexis Rudier.

Interessante descobrir que o Brasil também possui uma - está no Instituto Ricardo Brennand na cidade do Recife, Estado de Pernambuco, Nordeste do país. Região com intensa manifestação cultural, mas diversa da linha da escultura objeto do post. Mais voltado à dança, culinária, artesanato e outros, frutos da herença africana que habita nossos genes.

Pena que no Rio Grande do Sul, desde onde está situado este blogueiro, a expressão artística de Rodin esteja mais associada à operações policiais [um dos "criativos" nomes dados às ações da polícia federal] do que a mostras de arte....

Viagens


Sobre a anterior foto que demarcava o território deste sítio de Internet, que merecera um breve comentário, aviso (a mim mesmo, por ser o único postador e leitor deste...) que exclui a mesma do front e a postarei em melhor posição.


Trata(va)-se da Torre Eiffel, símbolo máximo de Paris, capital do Mundo ocidental - junto com Nova Iorque.


Estava lá, e agora está cá, pela rememoração da viagem que outrora este blogueiro protagonizou, reavivada pela ida de amigos ao velho continente.


Pois. Posto a imagem da torre supra a este comentário;


Termino este post dizendo: Viagem, meus caros, Viagem ! Carros melhores e gastos supérfulos não trarão o prazer de desfrutar de uma viagem cultural, agitada, histórica e inigualável como é uma ida à Europa - e toda a viagem tem suas nuanças própria e únicas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Desilusão..... Desilusão

Que profissão linda a de advogado.

Ad Vocatu - a voz do outro, do latim.

Defender os interesses alheios frente a particulares e/ou principalmente perante o Estado. Aquele ente abstrato chamado de Levitã. Criado pelos homens para regular o convívio social.

Mas e quando este monstro invisível e permanente chamado Estado volta uma de suas garras - não a mais afiada; não aquela garra que mata, mas uma que corrói, mina e machuca o signatário do pacto ?

A malfadada e indefectível garra chamada Burocracia.

O que se faz ? o que a nobre profissão de advogado nos dá para que possamos combater esse mal ?

E quando o único remédio é recorrer para a própria fera ? que, se não é surda, não entende português....

Tricolor - Edixon Perea e a Esperança


Alegria renovada. Assisti ontem ao Tricolor Gaúcho despachar o fraco adversário homônimo. E a felicidade não acontece simplesmente pela goleada, mas muito por ver que temos no grupo um jogador que tem potencial de ser grande. Trata-se de Edixon Perea, colombiano que faturou 4 tentos na partida e que, assessorado por Roger, tendo Soares ou Rodrigo Mendes na parceria de ataque, pode fazer um ano ftebolístico melhor do que o diagnosticado três semanas atrás.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

sobra A Ilha e afins

O tanto que se pode dizer a respeito de um governo que teve extraordinários 49 anos de duração encheria meia biblioteca. Não estando focado em fazer longa digressão acerca da Era Fidel, em Cuba, mas apenas manifestar-me de alguma forma.

Sintetiamente, temos como positivo em Cuba uma população que não vive em linhas de miséria como ocorre em vizinhos próximos - v.g. Jamaica [que sofreu nas mãos imperialistas inglesas] e o Haiti [que é efeito colateral, entre outros motivos, de duas sangrentas ditaduras perpetradas por pai e filho - os Duvalier, ou como ficaram conhecidos: Papa Doc e Baby Doc].

Além de não passarem [tantas] privações, o povo possui acesso a saúde, que é reconhecidamente boa, tendo formado muitos médicos brasileiros; e creio, a educação fundamental chega em quase 100%.

E aí está um grande problema.


Ótimo que toda a população tenha acesso ao saber. Mas e a qualidade desse ensino ? e a viciada ideologia que com certeza impregna tal aprendizado ?


Quanto ao despotismo ? excessos de vítimas e refugiados ?


São efeitos colaterias de uma ditadura; nenhum líder fica meio século no poder sem fazer inimigos. Nem mesmo com a queda da URSS em 1989 - fazendo secar a principal fonte de abastecimento fnanceiro e o maior mercado comprador de seus produtos - Cuba sucumbiu. Foram quase 20 anos sem um aliado que lhe bancasse econômia, política e militarmente, e mesmo assim prosseguiu o regime.


Seria, pois, louvável um regime como este ?
que mantém o povo pobre - não miserável - abaixo de [pouca] comida, saúde e discursos panfletários - sim, panfletários. Em 1959, na Sierra Maestra, os ideários que levaram os amigos Raúl Castro - hoje Chefe de Estado - e Ernesto Che Guevara - hoje mito - a derrubarem um governo corrupto e submisso, podiam ser puros, eivados de Marxismo. Mas após anos de poder, exercido por um terceiro ator - que no decorrer do século passado foi uma das mais importantes figuras - tal ideologia passou a ser forma de manobra da maioria.

Claro que não há louros.


Mas tampouco o castrismo foi um governo puramente tirânico.


Todos os Estados - democráticos ou totaliáros - matam; uns, como Cuba, os dissidentes e inimigos políticos, no paredón; outros, para roubar poços de petróleo no Oriente Médio sob a falácia de implementação democrática e erradicação de armamento letal; e um terceiro, que não consigo lembrar onde se situa no mapa, que mata os pobres, subproduto de um capitalismo de rapina, sob o aplauso da hipócrita classe média, que vê, miopemente, no recrudescimento da lei penal e do abuso aos direitos humanos, a saída [?] para um grave problema social, que só se resolveria partindo da educação.

São questões pertinentes, entendo eu. Mas nem Cuba muda com o Raúl Castro; nem Lula mudou o Brasil.

Será que Barack Obama muda os EEUU ? seria um bom [re]começo para o mundo...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ópera do Malandro

Quarta-feira próxima passada perdi de ver um incrível evento astronômico. Era um eclipse lunar, que demorará sete anos a se repetir.

Porém, tive um ganho cultural inestimável em detrimento do acontecimento natural.

No momento em que Terra Lua e Sol alinhavam-se no cosmos eu estava dentro do (péssimo) teatro Bruno Kiefer, num dos pilares artísticos de Porto Alegre, a Casa de Cultua Mario Quintana.

Lá estava sendo encenada nova montagem da clássica peça de Chico Buarque, a Ópera do Malandro.

Sem atores famosos, mas nem por isso desprovidos de talento, pude presenciar um ótimo espetáculo teatral. Permeado por clássicos musicais de Chico, como Hino de Durán e Geni e o Zepelim, o espetáculo proporciona ótimas atuações cênicas, danças e interpretações de ordem musical excelentes.

Trazendo a trajetória de um malandro clássico, contraventor e mulherengo, que tem a vida cruzada com uma família que vive do comércio do sexo - um casal de cafetão e uma cafetina -, falsos moralistas, com poder político, que vêem a filha se envolver com o protagonista. Tendo a polícia e a indissociável corrupção desta corporação atuando forte no pano de fundo.

Um ótimo entretenimnto, apesar do precário estado do teatro, que nem de longe mereceria ser palco de tal espetáculo.

Memórias Póstumas

Acabo de ler o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Parece um atraso temporal uma pessoa de 25 anos dedicar-se a esta leitura, e talvez o seja, tendo em vista que é na período do ensino médio que lê-se ordinariamente o grande Machado de Assis.

Pórém é uma obra excepcional, que apesar do pano de fundo oitocentista, ainda tem elementos bem atuais.

Para além dessa obra ter inaugurado a fase literária conhecida como realismo, em terra brasilis, e ter um viés psicológico bem acentuado, três questões chamaram atenção deste incipiente blogueiro:

i) a quantidade de palavras desconhecidas - por desuso ou excesso de rebuscado - fazendo que a leitura fosse, impreterivelmente acompanhada do dicionário - que, como citado pelo apresentador Pedro Bial, é "o pai dos inteligentes". Sem querer proclamar auto rótulo positivo, achei interessante a expressão dita pelo condutor do "Irmãozão Brasil" ou seria Brazil - questões para outro post...
o fato é a indispensabilidade do "amansa burro"[expressão menos nobre de referir-se a mesma compilação] para se ler este autor;

ii) Simplificando grosseiramente, hoje poder-se-ia chamar o protagonista de playboy; ou como se preferia na época - onde a língua de Sartre, Camus e Zidane imperava como glamourosa nas altas rodas sociais , um bon-vivant;

iii) chama atenção, por derradeiro, as frases - inicial e final do livro: começa com a dedicatória, desde o túmulo: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas."

e termina com: "Não tive filhos - não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria".

o Prelúdio

o nome do blog é uma referência a um pequeno livro do genial Mollôr Fernandes. Das primeiras leituras que fiz na infância que considero inteligentes.

Vale pelo registro inicial e como forma de reconhecimento e agradecimento a um dos melhores presentes materiais que se pode dar: o livro.

Aproveito e deixo o link do blog do próprio homenageado.
http://www2.uol.com.br/millor/