Acabo de ler o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Parece um atraso temporal uma pessoa de 25 anos dedicar-se a esta leitura, e talvez o seja, tendo em vista que é na período do ensino médio que lê-se ordinariamente o grande Machado de Assis.
Pórém é uma obra excepcional, que apesar do pano de fundo oitocentista, ainda tem elementos bem atuais.
Para além dessa obra ter inaugurado a fase literária conhecida como realismo, em terra brasilis, e ter um viés psicológico bem acentuado, três questões chamaram atenção deste incipiente blogueiro:
i) a quantidade de palavras desconhecidas - por desuso ou excesso de rebuscado - fazendo que a leitura fosse, impreterivelmente acompanhada do dicionário - que, como citado pelo apresentador Pedro Bial, é "o pai dos inteligentes". Sem querer proclamar auto rótulo positivo, achei interessante a expressão dita pelo condutor do "Irmãozão Brasil" ou seria Brazil - questões para outro post...
o fato é a indispensabilidade do "amansa burro"[expressão menos nobre de referir-se a mesma compilação] para se ler este autor;
ii) Simplificando grosseiramente, hoje poder-se-ia chamar o protagonista de playboy; ou como se preferia na época - onde a língua de Sartre, Camus e Zidane imperava como glamourosa nas altas rodas sociais , um bon-vivant;
iii) chama atenção, por derradeiro, as frases - inicial e final do livro: começa com a dedicatória, desde o túmulo: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas."
e termina com: "Não tive filhos - não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria".
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2 comentários:
Estamos aí. O mais interessante é que o livro é escrito por um defunto-autor, o que o liberava, naquela época de formalidades, das amarras de um tipo de literatura linear, com início meio e fim. mayora
valeu pelo prestígio. Com certeza, o começo do fim do romantismo, bastante ironizado pelo Machado, incluindo observações diretas aos leitores...
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