Quarta-feira próxima passada perdi de ver um incrível evento astronômico. Era um eclipse lunar, que demorará sete anos a se repetir.
Porém, tive um ganho cultural inestimável em detrimento do acontecimento natural.
No momento em que Terra Lua e Sol alinhavam-se no cosmos eu estava dentro do (péssimo) teatro Bruno Kiefer, num dos pilares artísticos de Porto Alegre, a Casa de Cultua Mario Quintana.
Lá estava sendo encenada nova montagem da clássica peça de Chico Buarque, a Ópera do Malandro.
Sem atores famosos, mas nem por isso desprovidos de talento, pude presenciar um ótimo espetáculo teatral. Permeado por clássicos musicais de Chico, como Hino de Durán e Geni e o Zepelim, o espetáculo proporciona ótimas atuações cênicas, danças e interpretações de ordem musical excelentes.
Trazendo a trajetória de um malandro clássico, contraventor e mulherengo, que tem a vida cruzada com uma família que vive do comércio do sexo - um casal de cafetão e uma cafetina -, falsos moralistas, com poder político, que vêem a filha se envolver com o protagonista. Tendo a polícia e a indissociável corrupção desta corporação atuando forte no pano de fundo.
Um ótimo entretenimnto, apesar do precário estado do teatro, que nem de longe mereceria ser palco de tal espetáculo.
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