quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Desilusão..... Desilusão

Que profissão linda a de advogado.

Ad Vocatu - a voz do outro, do latim.

Defender os interesses alheios frente a particulares e/ou principalmente perante o Estado. Aquele ente abstrato chamado de Levitã. Criado pelos homens para regular o convívio social.

Mas e quando este monstro invisível e permanente chamado Estado volta uma de suas garras - não a mais afiada; não aquela garra que mata, mas uma que corrói, mina e machuca o signatário do pacto ?

A malfadada e indefectível garra chamada Burocracia.

O que se faz ? o que a nobre profissão de advogado nos dá para que possamos combater esse mal ?

E quando o único remédio é recorrer para a própria fera ? que, se não é surda, não entende português....

Tricolor - Edixon Perea e a Esperança


Alegria renovada. Assisti ontem ao Tricolor Gaúcho despachar o fraco adversário homônimo. E a felicidade não acontece simplesmente pela goleada, mas muito por ver que temos no grupo um jogador que tem potencial de ser grande. Trata-se de Edixon Perea, colombiano que faturou 4 tentos na partida e que, assessorado por Roger, tendo Soares ou Rodrigo Mendes na parceria de ataque, pode fazer um ano ftebolístico melhor do que o diagnosticado três semanas atrás.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

sobra A Ilha e afins

O tanto que se pode dizer a respeito de um governo que teve extraordinários 49 anos de duração encheria meia biblioteca. Não estando focado em fazer longa digressão acerca da Era Fidel, em Cuba, mas apenas manifestar-me de alguma forma.

Sintetiamente, temos como positivo em Cuba uma população que não vive em linhas de miséria como ocorre em vizinhos próximos - v.g. Jamaica [que sofreu nas mãos imperialistas inglesas] e o Haiti [que é efeito colateral, entre outros motivos, de duas sangrentas ditaduras perpetradas por pai e filho - os Duvalier, ou como ficaram conhecidos: Papa Doc e Baby Doc].

Além de não passarem [tantas] privações, o povo possui acesso a saúde, que é reconhecidamente boa, tendo formado muitos médicos brasileiros; e creio, a educação fundamental chega em quase 100%.

E aí está um grande problema.


Ótimo que toda a população tenha acesso ao saber. Mas e a qualidade desse ensino ? e a viciada ideologia que com certeza impregna tal aprendizado ?


Quanto ao despotismo ? excessos de vítimas e refugiados ?


São efeitos colaterias de uma ditadura; nenhum líder fica meio século no poder sem fazer inimigos. Nem mesmo com a queda da URSS em 1989 - fazendo secar a principal fonte de abastecimento fnanceiro e o maior mercado comprador de seus produtos - Cuba sucumbiu. Foram quase 20 anos sem um aliado que lhe bancasse econômia, política e militarmente, e mesmo assim prosseguiu o regime.


Seria, pois, louvável um regime como este ?
que mantém o povo pobre - não miserável - abaixo de [pouca] comida, saúde e discursos panfletários - sim, panfletários. Em 1959, na Sierra Maestra, os ideários que levaram os amigos Raúl Castro - hoje Chefe de Estado - e Ernesto Che Guevara - hoje mito - a derrubarem um governo corrupto e submisso, podiam ser puros, eivados de Marxismo. Mas após anos de poder, exercido por um terceiro ator - que no decorrer do século passado foi uma das mais importantes figuras - tal ideologia passou a ser forma de manobra da maioria.

Claro que não há louros.


Mas tampouco o castrismo foi um governo puramente tirânico.


Todos os Estados - democráticos ou totaliáros - matam; uns, como Cuba, os dissidentes e inimigos políticos, no paredón; outros, para roubar poços de petróleo no Oriente Médio sob a falácia de implementação democrática e erradicação de armamento letal; e um terceiro, que não consigo lembrar onde se situa no mapa, que mata os pobres, subproduto de um capitalismo de rapina, sob o aplauso da hipócrita classe média, que vê, miopemente, no recrudescimento da lei penal e do abuso aos direitos humanos, a saída [?] para um grave problema social, que só se resolveria partindo da educação.

São questões pertinentes, entendo eu. Mas nem Cuba muda com o Raúl Castro; nem Lula mudou o Brasil.

Será que Barack Obama muda os EEUU ? seria um bom [re]começo para o mundo...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ópera do Malandro

Quarta-feira próxima passada perdi de ver um incrível evento astronômico. Era um eclipse lunar, que demorará sete anos a se repetir.

Porém, tive um ganho cultural inestimável em detrimento do acontecimento natural.

No momento em que Terra Lua e Sol alinhavam-se no cosmos eu estava dentro do (péssimo) teatro Bruno Kiefer, num dos pilares artísticos de Porto Alegre, a Casa de Cultua Mario Quintana.

Lá estava sendo encenada nova montagem da clássica peça de Chico Buarque, a Ópera do Malandro.

Sem atores famosos, mas nem por isso desprovidos de talento, pude presenciar um ótimo espetáculo teatral. Permeado por clássicos musicais de Chico, como Hino de Durán e Geni e o Zepelim, o espetáculo proporciona ótimas atuações cênicas, danças e interpretações de ordem musical excelentes.

Trazendo a trajetória de um malandro clássico, contraventor e mulherengo, que tem a vida cruzada com uma família que vive do comércio do sexo - um casal de cafetão e uma cafetina -, falsos moralistas, com poder político, que vêem a filha se envolver com o protagonista. Tendo a polícia e a indissociável corrupção desta corporação atuando forte no pano de fundo.

Um ótimo entretenimnto, apesar do precário estado do teatro, que nem de longe mereceria ser palco de tal espetáculo.

Memórias Póstumas

Acabo de ler o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Parece um atraso temporal uma pessoa de 25 anos dedicar-se a esta leitura, e talvez o seja, tendo em vista que é na período do ensino médio que lê-se ordinariamente o grande Machado de Assis.

Pórém é uma obra excepcional, que apesar do pano de fundo oitocentista, ainda tem elementos bem atuais.

Para além dessa obra ter inaugurado a fase literária conhecida como realismo, em terra brasilis, e ter um viés psicológico bem acentuado, três questões chamaram atenção deste incipiente blogueiro:

i) a quantidade de palavras desconhecidas - por desuso ou excesso de rebuscado - fazendo que a leitura fosse, impreterivelmente acompanhada do dicionário - que, como citado pelo apresentador Pedro Bial, é "o pai dos inteligentes". Sem querer proclamar auto rótulo positivo, achei interessante a expressão dita pelo condutor do "Irmãozão Brasil" ou seria Brazil - questões para outro post...
o fato é a indispensabilidade do "amansa burro"[expressão menos nobre de referir-se a mesma compilação] para se ler este autor;

ii) Simplificando grosseiramente, hoje poder-se-ia chamar o protagonista de playboy; ou como se preferia na época - onde a língua de Sartre, Camus e Zidane imperava como glamourosa nas altas rodas sociais , um bon-vivant;

iii) chama atenção, por derradeiro, as frases - inicial e final do livro: começa com a dedicatória, desde o túmulo: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas."

e termina com: "Não tive filhos - não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria".

o Prelúdio

o nome do blog é uma referência a um pequeno livro do genial Mollôr Fernandes. Das primeiras leituras que fiz na infância que considero inteligentes.

Vale pelo registro inicial e como forma de reconhecimento e agradecimento a um dos melhores presentes materiais que se pode dar: o livro.

Aproveito e deixo o link do blog do próprio homenageado.
http://www2.uol.com.br/millor/